Economia Brasileira - Variação Cambial
Analisando os últimos 10 anos do dólar frente ao real, é possível perceber que apesar da recente valorização da moeda americana, o real ainda continua forte quando se olha no longo prazo, como pode ser observado no gráfico abaixo.
Fonte: InfoMoney
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, o poder de compra do dólar no Brasil, considerando a inflação americana e a brasileira, caiu 55% em dez anos. Isso significa que, se com US$ 100 se compravam 100 unidades de um produto, hoje, com a mesma quantia, compram-se apenas 45. Ainda segundo a Folha, a análise da taxa de câmbio corrigida pela inflação é importante porque mostra o impacto real das cotações para consumidores e empresas.
Nos últimos dez anos tivemos vários acontecimentos que influenciaram da variação do câmbio, mas neste momento iremos abordar apenas os dois principais, que foram: a eleição de Lula à presidência da república no final do ano de 2002 e crise mundial de 2008.
A Folha publicou recentemente uma matéria em que mostra a evolução do poder de compra de janeiro de 2003 - início do governo Lula, em que o dólar foi a R$ 3,59 até junho de 2013, dado mais recente, quando a moeda ficou em R$ 2,17 em média (queda de 37% no período).
A retomada da força do real nesse período, porém, foi interrompida em momentos de crise, como em 2008, início das turbulências no exterior logo após a quebra do banco de investimentos do EUA Lehman Brothers, e, ao que tudo indica, em junho deste ano.
Nesse período, o governo Lula aumentou consideravelmente as reservas internacionais, chegando a declarar que era capaz de enfrentar qualquer crise mundial. Já no momento atual, para o consultor de investimentos Marcelo D'Agosto, o Banco Central poderá retomar as intervenções no mercado de câmbio à vista, injetando dólares da reserva internacional para conter as cotações, pois por enquanto, a autoridade monetária tem se limitado a tentar frear a alta da moeda americana atuando no mercado