Economia brasileira aplicada
Esse trabalho tem por finalidade analisar o contexto macroeconômico brasileiro atual, como ponto de partida os artigos do Anexo 9, e seus impactos no setor de produtos manufaturados, em especial no segmento calçadista. 2- Visão do Economista Luiz Bresser-Pereira
O Ex-Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira é um critico da adoção de uma política macroeconômica essencialmente ortodoxa, dentre outros pontos que considera importante para um novo desenvolvimento, a questão da redução dos juros, reajuste cambial (desvalorização do real frente ao dólar), e um ajuste fiscal duro e a “neutralização da doença holandesa” esses são essenciais.
A) Taxa de Câmbio:
A taxa de câmbio continua a se apreciar e a ameaçar o país com nova crise a médio prazo. Ela é o preço macroeconômico mais importante de qualquer economia. Não apenas determina a exportação e a importação, a possibilidade ou não de uma crise de balanço de pagamentos, mas determina também os salários reais, o consumo interno e a poupança interna. E, finalmente, determina o investimento, seja ao facilitar seu financiamento por meio do aumento da poupança interna, seja via estímulo aos investimentos que se abrem com a oportunidade de exportar. Por isso, a experiência histórica de quase todos os países que se desenvolvem aceleradamente -e não apenas dos bem-sucedidos países asiáticos de hoje- ensina que uma taxa de câmbio relativamente depreciada é, ao lado da educação pública, a mais importante estratégia de desenvolvimento.
Entretanto sabemos, que a taxa de câmbio tende a ser apreciada em países em desenvolvimento por dois motivos.
Primeiro, pela tentação do populismo econômico fiscal e cambial, que aumenta a possibilidade de reeleição de quem o pratica. O populismo econômico envolve sempre o gasto maior do que a receita. Na sua variante fiscal, é o Estado que gasta abusivamente, incorrendo em déficits orçamentários; na variante cambial, é a nação que permite a apreciação do câmbio e