Ecologia Urbana
O Organismo Urbano está doente
A cidade é um organismo vivo, muito doente. Ela é a expressão de desequilíbrio econômicos, ecológicos e especiais que fazem do pais um ser disforme: um corpo atrofiado com macrocefalia ou seja, uma imensa cabeça.
As cidades que concentram poder econômico e político e organizam as relações especiais, funcionam como se fossem colonialistas em relação ao próprio país. Elas atraem recursos e populações, produzem espaços congestionados e geram no rastro do êxodo, desertos demográficos, áreas decadentes e desarticuladas.
Usando a imaginação, a grande metrópole pode ser comparada a um individuo doente que tem vários de seus órgãos atingidos por infecções, lesões ou distúrbios graves e que apresentam sintomas como:
Conjuntivite – a cidade tem os olhos inflamados pela poluição do ar e agredidos por espigões e obras que desfiguram a paisagem;
Otite – os bairros têm os tímpanos inflamados pelos excessivos decibéis (medida da intensidade do ruído) do trânsito e das fábricas;
Infarto do Miocárdio – o sistema circulatório entrou em colapso, atacado pelo vírus do automóvel, que polui e engarrafa. Esses seres metálicos demandam obras caras, túneis e viadutos que projetam os engarrafamentos quilômetros adiante. São pontes de safena para a circulação dos poluidores sobre rodas que na hora do rush trafegam mais lentos do que o cavalo e a bicicleta.
A CIDADE DO CIDADAO
A cidade do cidadão é o espaço do direito de vizinhança, o morador é consultado sobre as intervenções que modifiquem seu bairro, do direito ao verde e ao ar puro. E a cidade arborizada, da ciclovia dos transportes de massa integrados, não poluentes e pontuais. Na cidade dos cidadãos pratica-se a coleta seletiva dos lixos e o tratamento do esgoto antes de seu lançamento nos corpos receptores. A multiplicação dos centros culturais e comerciais melhor distribui os empregos no espaço, diminuindo a distância dos itinerários casa-trabalho. As horas economizadas