Eclampsia
A eclampsia constitui-se como uma complicação aguda de um quadro de toxemia gravídica, cuja incidência é maior nos três últimos meses de gravidez, no decurso ou após o parto.
A toxemia gravídica, cuja origem é ainda pouco clara, caracteriza-se por alterações vasculares e renais, originando os sintomas típicos: hipertensão arterial, presença de edemas corporais e proteinúria. Este quadro clínico está normalmente presente apenas durante a gravidez, desaparecendo espontaneamente. No entanto, em alguns casos, pode voltar a surgir, em caso de nova gravidez, ou ser o início de uma situação de hipertensão crónica.
O quadro clínico de eclampsia é grave, caracterizando-se pela ocorrência de convulsões, que se repetem, podendo advir estado de coma.
A eclampsia não surge, geralmente, de um modo súbito. O quadro de pré-eclampsia surge, normalmente, a partir das 20 semanas, ocorrendo em 5 a 10% das gravidezes. Esta complicação apresenta uma maior incidência em mulheres grávidas pela primeira vez (primíparas).
Como sintomas, podem-se referir, o aumento da tensão arterial, nefropatia com proteinúria (presença de proteínas na urina), subida da albuminúria, cefaleias constantes, tonturas, zumbidos nos ouvidos, oligúria, alterações da função hepática e inchaço, particularmente percetível nas extremidades (mãos e face).
Num quadro de pré-eclampsia, podem-se distinguir situações leves e graves, sendo que nem todos os casos evoluem para um quadro de eclampsia. O acompanhamento médico regular da gravidez e a tomada de medidas de prevenção adequadas permitem reduzir o risco de ocorrência a valores muito baixos.
A pré-eclampsia leve caracteriza-se por uma tensão arterial diastólica entre 14 e 16 mmHg e uma tensão diastólica entre 90 e 110 mmHg. A proteinúria é inferior a 2 g num período de 24 horas. Geralmente, é assintomática, sendo recomendado algum repouso, dieta normosódica e hiperproteica, consulta médica regular e controlo diário da tensão arterial. Pode ser