Durkheim
Embora a revolução tecnológica tenha trago enorme avanços na medicina, certas doenças psíquicas e físicas falharam em sua cura após exaustivos tratamentos sem resultados. Estes pacientes, portanto, sofrendo de imensurável sofrimento preferem a morte a permanecerem vivos.
Desejam a morte de forma a aliviar sintomas físicos que se tornam intoleráveis, provocando um desespero para qual a morte parece ser a única saída. Quando a pessoa tem sofrimento, este ocupa o campo da consciência e orienta o foco de atenção para este aspecto. Assim concentra- se de tal forma em sua angustia que só deseja morrer.
Além disso, pacientes com alto grau de depressão e melancolia perdem o interesse, a esperança e o prazer pela vida. Estes apresentam tristeza incompatível com as situações cotidianas de forma que é tanto sofrimento moral e psíquica que a seu ver não consegue pensar em outra alternativa a não ser a morte. Todavia será mesmo que este tipo de paciente é capaz de julgar se aquilo é realmente o melhor para si?
Vale ressaltar ainda o sentimento de impotência diante da incapacidade de viver sozinho, da angustia de ter que depender de outras pessoas para continuar vivendo, sabendo que estas sofrem junto e que não há nada para ser feito. Em outras palavras, quando uma pessoa passa a ser prisioneira do seu corpo, dependente da satisfação das necessidades mais básicas, o medo de ficar só de ser um ‘’fardo’’ para os familiares, a revolta e a vontade de dizer ‘’não’’ ao estado em que se encontra, levam-no a pedir o direito de morrer com dignidade.
Entrevista com paciente
Paciente: M.H.S., 45 anos
O que você entende por eutanásia?
Eu entendo como o fim do sofrimento.
Você vê diferença entre a eutanásia e o suicídio?
São coisas completamente diferentes. O suicídio é realizado por pessoas sadias que fazem mal a si mesmas, já a eutanásia é realizada por outra pessoa e apenas em casos de sofrimento extremo e sem possibilidades de