Durkheim e o menino selvagem
Matheus Rodrigues Baroni
Thaís Velloso Cristaldo
Em 1797, um menino quase inteiramente nu foi visto pela primeira vez perambulando pela floresta de Lacaune, na França. Em 9 de janeiro de 1800, foi registrado seu aparecimento num moinho em Saint-Sernein, distrito de Aveyron. Tinha a cabeça, os braços e os pés nus; farrapos de uma velha camisa (sinal de algum contato anterior com seres humanos) cobriam o resto do corpo. Sempre que alguém se aproximava, ele fugia como um animal assustado.
Era um menino de cerca de 12 anos, tinha a pele branca e fina, rosto redondo, olhos negros e fundos, cabelos castanhos e nariz comprido e aquilino. Sua fisionomia foi descrita como graciosa; sorria involuntariamente e seu corpo estava coberto de cicatrizes. Provavelmente abandonado na floresta aos 4 ou 5 anos, foi objeto de curiosidade e provocou discussões acaloradas principalmente na França.
Após sua captura, verificou-se que Victor (assim passou a ser chamado) não pronunciava nenhuma palavra e parecia náo entender nada do que lhe falavam, Apesar do rigoroso inverno europeu, rejeitava roupas e também o uso de cama, dormia no chão sem colchão. Loconiovia-se apoiado nas mãos e nos pés, correndo como os animais quadrúpedes.
As relações entre os seres humanos, isto é, as relações sociais, constituem a base da sociedade. A forma pela qual essas relações ocorrem são fatos sociais e são eles que determinam o comportamento e a vida em sociedade.
Inicialmente, Durkheim define educação como uma influência especial que o adulto exerce sobre as crianças e adolescentes. Ao desenvolver esse tema, investiga mais diretamente duas visões de educação. Uma seria a de Kant, “o fim da educação é desenvolver, em cada indivíduo toda a perfeição de que ele seja capaz”, “perfeição (…) é o desenvolvimento harmônico de todas as faculdades humanas”, e a outra seria uma perspectiva mais utilitária, “fazer do individuo um instrumento de