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A crise política na Ucrânia começou em finais de novembro quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do presidente de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia e de reforçar as relações com a Rússia.
Portugal está "preocupado" com a situação na Ucrânia, mas só tomará uma posição sobre eventuais sanções á aquele país, os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus se reunirem em Bruxelas, afirmou o chefe da diplomacia portuguesa, Rui Machete. Portugal quer ver restabelecida a tranquilidade na Ucrânia e encontrar soluções duradouras para a situação de instabilidade política que aquele país atravessa.
Há exportações de Portugal para Ucrânia, com as vendas na Ucrânia a rondarem 22 milhões de euros em 2013, perante importações dez vezes superiores sobretudo de produtos agrícolas. Há poucas empresas nacionais no território, que é essencialmente uma plataforma giratória para entrada e saída de bens da Rússia, Geórgia e China.
Embora reconheça que a actual tensão torna "os negócios mais complicados de fazer" e que a situação social prejudica o consumo interno, Luís Manuel França, administrador da Câmara de Comércio Luso-Ucraniana (CCLU), considera que "a desanexação da Crimeia da Ucrânia, embora crie instabilidade política, não é relevante do ponto de vista comercial" para Portugal.
De acordo com a CCLU, Portugal exporta sobretudo vinhos para a Crimeia para produção de champanhe, muitas vezes em regime de troca com os produtores locais, mas em quantidades que não são consideradas relevantes. Nota ainda para a procura do território por parte de alguns turistas portugueses, mas também aqui os fluxos são fracos.