Dom quixote
Em Novembro de 1933 anuncia para seus amigos Emilia no país da gramática, em Agosto do ano seguinte envia outra carta dizendo:
[…] A minha Emilia está realmente um sucesso entre as crianças e os professores. Basta dizer que tirei uma edição inicial de 20.000 e Octales está com medo que não aguente o resto do ano. […] Numa escola que visitei, a criançada me rodeou com grandes festas e me pediram: “Faça a Emilia do País da aritmética”.
Um escritor/educador com um projeto de leitura e, sobretudo, de formação de leitores críticos materializado na obra “D. Quixote das crianças”.
Nesse contexto, vimos a obra “Fábulas” de Monteiro Lobato como parte construtiva desse projeto de formação de leitores críticos. O nosso ponto de vista incide sobre a ideia de que nas “Fábulas” formar-se leitores, especificamente, no momento em que os personagens (Emília, Narizinho, Pedrinho) criam comentários sobre as fábulas lidas por Dona Benta. essa formação de leitores foi possível porque Monteiro Lobato, no seu “fazer literário”, aplicou a forma do gênero textual escrito, traz em sua forma uma moral da história, no entanto, Lobato traz um comentário dos personagens do Sítio abaixo de cada fábula.
Vimos uma ativa atitude responsiva do ouvinte ao compreender não codificar o significado ou sentido do discurso do falante podendo concordar, discordar, completar. Acreditamos que Lobato, um Dom Quixote no caminho da leitura apresenta um escritor que, a nosso ver, queria também produzir livros que um dia as crianças pudessem morar, dialogar, se encantar, aprender.