dogmatismo
Sobre Max Weber, o primeiro aspecto notável é a sofisticação metodológica e epistemológica de sua sociologia, em particular o texto sobre a "Objetividade do conhecimento em ciências sociais". Nesse texto, o autor expõe os condicionantes do conhecimento científico - objetivo - da ação humana. O respeito às condições apresentadas será conseguido através do uso do tipo ideal, que garante, se usado com competência, o conhecimento objetivo de uma realidade que é eminentemente subjetiva.
Weber parte da convicção de que a realidade é um fluxo interminável, inesgotável e infinito de eventos sem uma significação intrínseca e objetiva. Os homens, como seres dotados de vontade, buscam ordenar a realidade em que vivem dando significado aos acontecimentos do mundo e à própria ação. Fazem isso criando ou aderindo a valores que não têm validade fora da história e da vigência efetiva. Dessa forma, os homens criam a "cultura" que, para Weber, "é um segmento finito de entre a incompreensível imensidade do devir do mundo, a que o pensamento conferiu - do ponto de vista do homem - um sentido e uma significação”. A primeira noção importante que decorre dessa concepção do real é que o conhecimento será sempre parcial e incompleto. O homem, como ser finito e limitado, nunca poderá conhecer toda a realidade.
Weber argumenta contra a idéia de que as ciências sociais estariam em sua juventude e futuramente alcançariam a maturidade ou a posição equivalente a das ciências naturais, que o acúmulo progressivo de conhecimento sobre a realidade social levaria a um entendimento cada vez mais completo da realidade. Para Weber, tal parcialidade nunca será curada e nem deve ser. A ciência social relaciona conceitos, não fatos brutos. Empreende sempre uma seleção de aspectos de uma realidade infinita. Essa seleção tem como base o interesse científico relacionado em última instância às idéias de valor.