Dogmatismo e ceticismo
Dogmatismo
No senso comum, o dogmático é a pessoa que acredita ter a posse da verdade e se recusa ao diálogo, não admitindo o questionamento de suas certezas. Muitas vezes, os pais são dogmáticos e recusam a colocar em discussão certas regras que, para eles, são as únicas verdadeiras e corretas. Em filosofia, entretanto, dá-se o nome de dogmatismo à doutrina ou atitude que afirma, de forma absoluta, ser o homem capaz de chegar a verdades seguras, exclusivamente, por meio do uso da razão. Do ponto de vista histórico, o dogmatismo é a atitude dos primeiros filósofos, os chamados pré-socráticos, que têm como certo o poder de conhecer a realidade tal qual ela é. Os sofistas são os primeiros a problematizar a questão da verdade do conhecimento. Entretanto, é com Emmanuel Kant, no século XVIII, que a denominação dogmatismo passa a assumir conotação mais específica. Segundo ele, dogmatismo é toda e qualquer posição que se julgue na posse da certeza ou da verdade, antes de fazer a crítica à faculdade de conhecer. O criticismo (doutrina que põe à prova toda a afirmação da razão humana e nada aceita insconscientemente. Por toda parte pergunta sobre os fundamentos e reclama da razão humana uma prestação de contas) kantiano só se define em oposição aos dois perigos inversos: o empirismo e o dogmatismo.
Proveniente do grego dógma, traduzido por Hessen (2003, p.29) como doutrina estabelecida, também carrega o significado de decisão, opinião, decreto, e possui familiaridade com o verbo doké, que guarda o significado de parecer. O dogma é, segundo o Dicionário eletrônico Houaiss: “qualquer doutrina de caráter indiscutível em função de supostamente ser uma verdade aceita por todos”, ou seja, é um preceito aceito de forma irrefletida. Pela definição de dogma, já se torna possível compreender o que é dogmatismo, com efeito: • “[...] posição epistemológica para a qual o