Doglair

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HISTÓRIA E MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO ESCOLAR:

A VISÃO DOS INTELECTUAIS

Este trabalho apresenta um estudo das representações sociais sobre educação no

Brasil, no que se refere ao cotidiano escolar a partir de estudos sobre memória de intelectuais

brasileiros contidos em obras literárias. Trata-se de parte de uma tese de doutorado em

educação na Universidade de São Paulo. No estudo se constata como os literatos conseguem

perceber, captar e registrar em suas obras literárias representações que estão presentes na vida

das sociedades. Nos estudos históricos esta constatação leva à consideração deste tipo de

fonte historiográfica que, conjugada a outras, oferece uma visão de fatos passados importantes

para os estudos atuais. O cotidiano escolar é uma realidade apresentada insistentemente nestas

fontes tanto em obras memorialistas como em outros gêneros.

No presente caso toma-se como fio condutor a obra Cazuza de Viriato Corrêa,

enriquecendo a análise com outras obras de autores como Machado de Assis em Conto de

Escola, Raul Pompéia em O Ateneu, Graciliano Ramos com Infância e José Lins do Rego em

Doidinho e Menino de Engenho. A obra principal foi publicada em sua primeira edição em

1938, mas apresenta uma realidade vivida entre final do século XIX e início do século XX.

Cazuza e seu autor, participaram da cultura escolar brasileira durante várias décadas,

incorporados à memória de muitas gerações que passara pela escola, e oportuniza a apreensão

do cotidiano escolar e o itinerário de escolarização regional.

Ao longo da pesquisa realizada, os estudos foram sendo feitos buscando

fundamentação em autores da Nova História Cultural como Jacques Le Goff, Peter Burke,

Roger Chartier e Michel de Certeau. Também se buscou apoio na orientação literária de

Roland Barthes, Humberto Eco e Nelly Novaes Coelho entre outros. Pelo fato de Cazuza ser

um romance dirigido para o público infantil e juvenil, e ter sido usado

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