doenças parasitarias
Doenças infecciosas e parasitárias no Brasil: uma década de transição1
Neir Antunes Paes 2 e Lenine Angelo A. Silva 2
RESUMO
Uma das características mais marcantes da modificação do padrão brasileiro de mortalidade nos últimos 20
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A análise desenvolvida no presente artigo é parte do projeto integrado de pesquisa intitulado “O poder explicativo dos registros de óbitos para estimar taxas de mortalidade no Brasil”, desenvolvido com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (processo no. 523.355/94-5).
Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Estatística. Correspondência e pedidos de separatas devem ser enviados a Neir Antunes Paes no seguinte endereço: Departamento de Estatística,
Centro das Ciências Exatas e da Natureza (CCEN),
Universidade Federal da Paraíba, Campus – I, CEP
58051-910, João Pessoa, PB, Brasil. Fax: +55-83-2167117; e-mail: antunes@de.ufpb.br
Em pleno período de transição epidemiológica e demográfica, também marcado pela melhoria na qualidade dos registros de óbitos no Brasil, é crucial entender o comportamento recente da mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias neste país. Este trabalho apresenta as mudanças nos padrões de mortalidade por causas infecciosas e parasitárias para o Brasil e seus estados durante a década de 1980. Foram utilizados para tanto os dados de mortalidade provenientes do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, classificados de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (nona revisão). O resultado desta análise revela mudanças nos padrões de mortalidade com acentuadas quedas nas taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias para o Brasil (variação de 41% para homens e 44% para mulheres), em particular para os estados das regiões Norte e Nordeste. No entanto, estes estados ainda são detentores das mais elevadas taxas de mortalidade do país. Em termos de distribuição