Doenças Infecciosas
O que é:
A hanseníase conhecida desde os tempos bíblicos como lepra (Bíblia Sagrada, 1992), é uma doença infectocontagiosa de evolução crônica que se manifesta, principalmente, por lesões cutâneas com diminuição da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. Tais manifestações são resultados da predileção do Mycobacterium Leprae (M. leprae), agente causador da doença de Hansen, em acometer células cutâneas, nervosas e periféricas. Foi o médico norueguês Gerhard Armauer Hansen, notável pesquisador sobre o tema, que identificou em 1873, este bacilo causador da lepra, a qual teve seu nome trocado para hanseníase em homenagem a seu descobridor (Foss, 1999 e Gomes, 2000). Durante as reações (surtos reacionais), vários órgãos podem ser acometidos, tais como, olhos, rins, supra-renais, testículos, fígado e baço (Talhari e Neves, 1997).
Se o M. leprae acometesse somente a pele, a hanseníase não teria a importância que tem a saúde pública. Em decorrência do acometimento do sistema nervoso periférico (terminações nervosas livres e troncos nervosos) surgem a perda de sensibilidade, as atrofias, paresias e paralisias musculares que, se não diagnosticadas e tratadas adequadamente, podem evoluir para incapacidades físicas permanentes. (Brasil, 2001).
Fisiopatologia:
A forma do M. leprae é de um bastonete reto ou ligeiramente encurvado, de 1,5 a 8 micra de comprimento por 0,2 a 0,5 mícron de largura. Cora-se em vermelho pela fucsina e não se descora pela lavagem no álcool e ácido – é, portanto, um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR). Nos esfregaços de pele e nos cortes histopatológicos os bacilos são vistos isolados, em agrupamentos variados ou em arranjos especiais denominados globias, peculiar do M. leprae, e resultam da sólida união de bacilos através de uma substância chamada gléia.
O M. leprae não é cultivável. Sua inoculação foi conseguida pela primeira vez por Shepard, em 1960, em coxim de pata de camundongo, obtendo lesão localizada de hanseníase; e em