Doenças do sistema digestivo relacionadas com o trabalho (grupo xi da cid-10)
EROSÃO DENTÁRIA (K03.2)
1. DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Erosão dentária é a destruição do tecido dentário, que pode decorrer da exposição a substâncias químicas e de outros fatores de risco presentes no trabalho. é a destruição do tecido dentário observada em trabalhadores expostos a alguns agentes ocupacionais.
2. EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Entre as causas não-ocupacionais de erosão dentária, destacam-se bruxismo e hábitos de morder objetos ou superfícies duras, que podem produzir abrasão e outros danos. Entre as ocupacionais, estão à exposição a:
• névoas de fluoretos e gases ácidos fluorados, em fábricas de fertilizantes e de produção do alumínio;
• névoas ácidas, entre elas as de ácido crômico (nas galvanoplastias), ácido tartárico, ácido nítrico e ácido sulfúrico (na operação de carga de baterias).
Entre nós, os trabalhadores mais acometidos encontram-se nas galvanoplastias (exposição a névoas de ácido crômico) e em fábricas de baterias (exposição a névoas de ácido sulfúrico, na operação de carga elétrica da bateria). Em fábrica de fertilizantes e outros trabalhos com rocha fosfática, o achado de erosão dentária está associado à exposição a fluoretos.
Em trabalhadores expostos, as erosões dentárias devem ser consideradas como doenças relacionadas ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária. Se não ocorresse a exposição ocupacional, seria improvável que essa doença ocorresse.
3. QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Caracteriza-se pela destruição dentária que se inicia pelo esmalte, da superfície incisal para a cervical, com aspecto de polimento regular. A seguir, atinge sucessivamente a dentina e a polpa dental, com aparecimento de dor. A invasão bacteriana e a formação de abscessos são complicações comuns. Os focos apicais nos dentes temporais são agudos e promovem abscessos