Doença de Crohn
Apesar de sua elevada prevalência, a compreensão dos mecanismos fisiopatológicos da doença de Crohn permanece como um grande desafio apesar de muitas décadas de pesados investimentos em pesquisa.
Embora o tubo digestivo inteiro seja amplamente colonizado por bactérias, existe entre seus diversos segmentos uma grande variedade na concentração destas.
Sendo assim, é realmente notável que a coexistência entre estes dois ambientes de natureza tão antagônica, seja capaz de preservar na maioria das pessoas um equilíbrio no qual este extenso sistema imunológico possa tolerar a presença do grande volume de bactérias comensais, representando um importante elemento na fisiologia intestinal.
Este equilíbrio, mantido através das imunidades inatas ou adquiridas, impede a ocorrência de uma resposta inflamatória mediada pela liberação de citocinas, cuja produção é estimulada a partir da presença de microrganismos ou outros antígenos com diversos objetivos como: ativação dos diversos tipos de leucócitos, apoptose, síntese hepática de proteínas de fase aguda, febre, etc.
Três hipóteses vêm sendo examinadas como possíveis origens deste desequilíbrio imunológico, incluindo, fatores imunológicos e defeitos na barreira mucosa.
Distúrbios da flora bacteriana
Na verdade, as evidências atuais sugerem que a atividade inflamatória crônica intestinal parece, paradoxalmente, ser desencadeada a partir de bactérias pertencentes à flora comensal normal, as quais assumem, em condições ainda desconhecidas, um papel patológico capaz de ativar o aparatoimunológico local.
Fatores imunológicos e genéticos
Através da imunidade inata, macrógados e CDs existentes na mucosa intestinal são capazes de detectar moléculas associadas a microorganismos, através de proteínas de sua membrana. Alterações destas proteínas têm sido relacionadas à fisiopatologia da doença, uma vez que sua mutação interfere no reconhecimento de bactérias comensais e induz um processo