Doença de Crohn, Revisão Bibliográfica

BREVE HISTÓRICO

A doença de Crohn foi descrita pela primeira vez quando Crohn, Burrill B um gastroenterologista americano no hospital Mount Sinai Medical Center na cidade de Nova York, descreveu catorze casos em 1932 e apresentou-os para a associação médica americana com o titulo de "Ileíte Terminal: uma nova entidade clínica". Mais tarde naquele ano, ele juntamente com os colegas Leon Ginzburg e Gordon Oppenheimer publicou a série temporal como "Ileíte Regional: uma entidade patológica e clínica" estudo clínico no qual descrevia sintomas de dores abdominais, diarréia, febre, emagrecimento, anemia, presença de obstruções e fístulas. A doença passou-se a denominar-se ileíte regional, pois a partir deste ponto, a doença já não era descrita somente com manifestações íleais, e sim, com processo inflamatório em outras regiões do intestino.
As doenças inflamatórias são doenças de urbanização, com maior incidência nas regiões do hemisfério Norte, países como os EUA, o Reino Unido, a
Noruega e a Suécia têm taxas de incidência mais, sendo estas taxas de 5-7 por 100.000 habitantes para a Doença de Crohn (Freitas Diniz ,2002), quando comparadas com os números encontrados nas regiões do hemisfério sul, ditos países de baixa incidências, com valores de 0,1 a 4 por 100.000 habitantes para a Doença de Crohn (Freitas Diniz, 2002). Estudos iniciais sobre a incidência da Doença de Crohn apontavam para valores três vezes superiores nos países do hemisfério norte quando comparados com os países do hemisfério sul (Lakatus Peter et al, 2007). Um dos estudos (Schivananda S et al, 1996) que decorreu entre os anos de 1991 e 1993, que envolveu 20 centros de diagnóstico de doença, em toda a Europa, incluindo Portugal, conclui que a diferença de incidência entre os países dos diferentes hemisférios não é tão elevada como se aceitava até então, fato que se poderá dever a um aumento recente da incidência nos países do Sul e uma estabilização nos países do Norte (Loftus et al, 2004).