Dobras
1) DEFINIÇÃO E ESCALA
As dobras são ondulações que se desenvolvem durante a deformação dúctil de rochas anisotrópicas (estratificadas, bandadas, foliadas, etc.). São estruturas muito comuns e dão uma idéia da deformação dúctil na crosta. Podem apresentar-se em todas as escalas, desde quilométrica (são estruturas predominantes no centro dos orógenos) até microscópica.
As superfícies dobradas podem ser estruturas primárias (nomeadamente, planos de estratificação). Porém, mais frequentemente, as dobras ocorrem em rochas metamórficas, onde afetam foliações resultantes de uma reorganização e/ou reorientação dos minerais preexistentes ou dos minerais neoformados, sob a ação de tensões deviatóricas.
Um fato relevante é o de que as dobras possam se formar em qualquer tipo de contexto tectônico. Assim, apesar de serem típicas de um contexto compressivo, também podem ter sua gênese relacionada com falhas em um contexto extensional, ou em um regime de desgarre (seja transpressivo ou transtensivo).
2) ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS DOBRAS
1) DESCRIÇÃO DE UMA SUPERFÍCIE SINGULAR DOBRADA
Ao considerarmos uma superfície dobrada singular os elementos principais da geometria da dobra são: a) a charneira ou fecho, que é a zona de máxima curvatura da superfície dobrada; e b) os flancos que representam as áreas articuladas pela charneira. Assim, uma dobra singular compreende uma charneira e dois flancos, articulados por essa charneira. Numa sequência de dobras cada flanco é partilhado por duas dobras adjacentes (figura 1).
Toda a parte de uma dobra não incluída na charneira pertence aos flancos. Podem ocorrer dobras com flancos retos, em cujo caso a charneira se reduz a uma linha e tudo é flanco, as quais são denominadas de dobras angulares. O outro extremo é representado pelas dobras cilíndricas concêntricas, com seção circular, em que tudo é charneira e o flanco se reduz a uma linha de inflexão.
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Figura 1 – Charneira e