Divisão mato grosso
No Mato Grosso durante a República Velha (1889-1930) havia um padrão de conflito entre as elites que produziu três revoluções em 1892, 1899 e 1906. Durante essas revoluções as oligarquias Ponce e Murtinho estiveram unidas, depois cindiram-se e tornaram a unir-se para eliminar o inimigo incomum: o governador Antônio Paes de Barros, que foi assassinado em 1906.O trabalho objetiva analisar através do método histórico o perfil social dessas elites, concentrando-se nas oligarquias dos Ponce e Murtinho, por serem eles os principais protagonistas do período estudado de 1892 a 1906.A disputa entre as elites, resultando nas revoluções, perpassa questões como divisionismo, pois desde a colonização as regiões sul e norte do Mato Grosso são áreas de configuração econômico político social distintas. Essas divergências têm seu ápice na campanha pelo divisionismo do estado, estimulada pelos coronéis do sul, que se inicia no final do século XIX e culmina com a divisão do estado em 1977. Também perpassa a questão do poder político dessas elites não se basear exclusivamente na posse de terras. O coronel da guarda nacional Generoso
Ponce era um coronel urbano, comerciante. Já Joaquim Murtinho, mesmo morando desde os treze anos no Rio de Janeiro, tinha as bases de seu poder não apenas na posse de terras. Ele foi empresário (dono de ações da Companhia Erva Mate Laranjeira e Ferro Carril Carioca), médico de importantes políticos e catedrático de medicina. Existem poucos estudos sobre a política do estado do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A importância dessa análise esta relacionada ao papel que as peculiaridades da formação e organização das elites regionais desempenham para compreensão da política nacional. Os resultados preliminares da pesquisa apontam para a ligação entre a resolução de conflitos entre as elites através das revoluções, enquanto a população cabia apenas o papel