O ponto de partida da análise é entender as questões ambientais nas relações sociais, que são propriamente as relações entre o ser humano e a natureza. O texto busca refletir algumas considerações ontológicas para compreender politicamente a destruição ambiental como um problema historicamente construído entre as ações de dominação e exploração do ser humano com ele mesmo, do outro e do mundo. A base para o entendimento da sociedade atual é a totalidade do modo de produção capitalista na vida humana. Marx ao analisar o ser humano e suas relações com a natureza no atual modo de produção destaca a dialética da ação do ser humano no mundo e em si mesmo: “O trabalho é antes de tudo um processo entre o homem e a natureza, um processo no qual o homem por sua atividade realiza, regula e controla suas trocas com a natureza. Ele põe em movimento as forças naturais que pertencem à sua natureza corporal, braços e pernas, cabeças e mãos, para se apropriar das substanciais naturais sob uma forma utilizável para sua própria vida. Agindo assim, por seus movimentos sobre a natureza exterior e transformando-a, o homem transforma ao mesmo tempo a sua natureza”. MARX (2001, p. 211). A relação dialética entre o ser humano e natureza pressupões uma existência e a sua sobrevivência, estabelecendo ao longo da história relação de transformações do meio ambiente. Os estudos recentes sobre meio ambiente1 afirmam que essas relações são destrutivas, a vida coletiva em sociedade difere dos animais quando não consegue acomodar-se e adaptar-se ao meio ambiente em que vive, tendo ele que estabelecer uma relação de transformação e modificação do seu habitat. A relação ser humano e natureza se estabelecem através do trabalho, um trabalho que domina e transforma para atender as necessidades individuais e coletivas (ARENDT, 1996). É nele, trabalho, que ao atingir certo nível de desenvolvimento histórico e industrial, se exigem meio mais elaborado e tecnologicamente mais avançado de