Diversos
Jean Charles de Menezes foi mais uma vítima da Guerra ao Terror iniciada depois dos atentados de 11 de Setembro, e que levou os Estados Unidos, a Inglaterra e Espanha (entre outros países) ao Oriente Médio e trouxe a esses países mais atentados, discriminação contra os árabes, medo e mortes. O brasileiro, nascido no interior de Minas Gerais, morava em Londres, trabalhava como eletricista e foi confundido com um terrorista. Acabou morto no metrô londrino por agentes da Scotland Yard britânica.
O filme Jean Charles (2009) é uma ficção dos últimos meses de vida do mineiro que estava no lugar errado na hora errada. Muita coisa mostrada no longa não aconteceu como está ali, até porque o diretor e roteirista Henrique Goldman optou por não mostrar o script aos atores, dando-lhes apenas diretrizes do que era a cena e para onde iriam dali. E isso, somado ao fato de trabalhar com vários não-atores, explica o baixo nível das atuações do filme.
Mas o roteiro co-escrito por Marcelo Starobinas se direciona mostrar o dia-a-dia dos cerca de 200 mil brasileiros que moram na Inglaterra, principalmente em Londres.
Os principais brasileiros que estão lá, muitos deles estão estudando, tentando ganhar um pouco de fluência no inglês, mas a grande maioria ralando diariamente em busca de algumas libras esterlinas extras que depois serão enviadas para o Brasil. Era esse o motivo que segurava Jean Charles por lá. Isso e o sonho de colocar a mochila nas costas e sair para conhecer outros países do Velho Mundo.
Em uma das cenas mais emblemáticas do filme, Patricia (Vanessa Giácomo) - recém-chegada a Londres - anda ao lado do primo Jean Charles (Selton Mello) pela margem do rio Tâmisa. Os dois estão discutindo. Ele quer se divertir um pouco e ela está preocupada pois acabou de chegar à cidade, está dura, não entende uma palavra do que falam para ela e precisa juntar dinheiro para mandar à mãe doente no Brasil. Jean diz para ela relaxar, pois lá ela pode ser quem ela