DIVERSOS
Nós, os estabelecidos[i] no mercado e no espaço urbano (devidamente empregados ou como patrões) e, consequentemente, estabelecidos na sociedade (aceitos integralmente como cidadãos), temos constantemente estigmatizado os “não-estabelecidos”, os “outsiders” do mercado. Temos criado um estigma social entorno desses indivíduos, especialmente daqueles mais desprovidos de bens materiais, daqueles que na cidade chegaram e não conseguiram se estabelecer economicamente. Temos criado e recriado uma imagem desses indivíduos a partir de parâmetros econômicos que têm atuado como depreciador da qualidade humana. Tal estigma contribui para a formação de uma auto-imagem depreciada, onde o estigmatizado acaba internalizando tais parâmetros sociais.
O estigma que nós, estabelecidos, imputamos sobre os “outsiders”, fundamenta-se na renda, na escolaridade, na raça e no local de moradia do indivíduo, assim como sua origem geográfica. A partir desses aspectos projetamos uma imagem depreciativa desses indivíduos, como indivíduos inferiores, muitas vezes tidos como ralé, pivetes, restos, invasores, escórias da sociedade, invisíveis, etc. Quantas vezes repetimos ou ouvimos expressões como:
“Ele mora lá