Diversos
Definir o substantivo ser no contexto filosófico é uma tarefa bastante delicada. Como se observa em relação a vários outros conceitos filosóficos, cada pensador deu uma pincelada, tirou ou acrescentou algo, às vezes até colocando suas distintas interpretações em contradição. E quanto mais abstrato o conceito, mais isso parece ocorrer.
Inerente - que está em algo (ou alguém), fazendo parte dele de maneira inseparável.
Intríseco - que vem de dentro e faz parte de algo (ou de alguém) como próprio (por oposição a extrínseco, que vem de fora).
Podemos dizer, no entanto, de maneira simplificada, que ser é um termo genérico usado para se referir a qualquer coisa que é, qualquer coisa que existe - por exemplo, um homem, uma mulher, um pássaro ou uma pedra. Nesse sentido, o termo mais adequado e específico seria ente.
Normalmente, porque esses entes "se apresentam" a nós de maneira caracteristicamente própria e distinta - isto é, de tal forma que um não se confunde com outro, como um pássaro não se confunde com uma pedra, uma mesa ou um ser humano -, tendemos a pensar que eles são algo caracteristicamente próprio e distinto.
Ora, se supomos que todas essas "coisas" são de maneira caracteristicamente própria e distinta, acabamos inferindo que têm" algo que lhes é inerente, intrínseco, essencial, que as constitui e determina. Portanto, o termo ser também pode ser definido, strictu sensu, como aquilo que uma coisa (um ser ou ente) é ou "tem" que lhe é próprio e que não depende de outros seres ou de quaisquer circunstâncias para ser.
O ser, neste último sentido, ficou conhecido mais tarde, no jargão filosófico, como a coisa em si, expressão adotada pelo filósofo alemão Immanuel Kant no século XVIII. Assim, no primeiro sentido, seria a coisa; no segundo, a coisa em