Diversos
O L'uomo deliquente do médico italiano Cesare Lombroso(1836-1909), busca em especial incidência nas correlações relativas à natureza dos caracteres anatómicos, característicos da antropometria, inserida no contexto da Antropologia Criminal, mas com fortes implicações sociais. A antropologia Criminal foi muito mais do que um agitado debate académico. Foi, durante anos, o tema de discussão nos círculos jurídicos e penais. Para Lombroso a criminalidade era algo próprio dos selvagens, dos inferiores, dos degenerados, as suas intenções eram claras: comparar os criminosos com os grupos inferiores chegando a se aventurar pelo campo da etnologia, para identificar a criminalidade como um compartamento normal entre os povos inferiores. Seguindo a categorização sugerida por Ilharco (1942), é possível caracterizar o tipo criminal segundo três naturezas: Os caracteres anatómicos, os caracteres fisiológicos e patológicos e os caracteres psicológicos. Lombroso refere-se exaustivamente vários sinais do tipo criminal retirado do exame do crânio. Lombroso deu especial atenção as configurações cranianas. O conceito de "homem criminoso" de Lombroso era uma teoria simples mas com fortes implicações sociais, contudo identificava um tipo criminal. Essa identificação permitia reforçar o argumento do determinado biológico quanto aos papéis desempenhado pelos actores e pelo seus ambiente. Esse tipo criminal encontraria a sua maior utilidade social no procedimento penal. A antropologia criminal foi muito mais do que um agitado debate acadêmico,foi durante anos, o tema de discurssão nos círculos Jurídicos e penais (Goud,1996). A teoria estava com toda a sua pujança quando, em 1885, realizou-se em Roma o I Congresso Internacional de Antropologia Criminal. Em Portugal, o psiquiatra Miguel Bombarda dá notícia do desmoronar das teorias lombrosianas nas