Diverso
"Vivemos num século democrático. Tudo o que se fizer há-de ser com o povo e pelo povo ou não se faz"
A frase, da autoria do próprio Garrett, consta na peça Frei Luís de Sousa e descreve bem o pensamento político-ideológico do autor.
Os sentimentos nacionalistas e a celebração do Povo como entidade formadora da nacionalidade são "gostos da época, típicos do romantismo e surgem como reacção da intelectualidade europeia à política hegemónica e aglutinadora de Napoleão", segundo palavras da estudiosa Maria de Fátima Marinho.
Como liberal e romântico, Almeida Garrett também procurou no Povo as raízes da identidade nacional e a sua obra espelha o compromisso que assumiu com os valores, as tradições e a História do país.
O gosto do escritor pelo popular evidenciou-se sobretudo na recolha que fez dos contos e tradições populares, reunidos em poesia no Romanceiro. Um trabalho muito próximo da etnografia e de que Garrett foi pioneiro em Portugal.
No entanto, o Povo de Garrett, como faz questão de evidenciar, "é um povo idealizado, inspirado nos valores do romantismo, que não são genuinamente os valores do povo real, ignorante e faminto".
Todavia Garrett foi, sobretudo, um ideólogo da burguesia liberal e os livros que escreveu demonstram o seu empenho na reforma político-social e cultural da sociedade portuguesa.
Romantismo
O Romantismo é um movimento cultural que surgiu na Europa e nos Estados Unidos da América a partir da segunda metade do século XVIII.
Romantismo deriva de "romance" (história de aventuras medievais), o qual teve uma grande divulgação no final dos anos setecentos, respondendo ao crescente interesse pelo passado gótico e pela nostalgia da Idade Média. Muito variada nas suas manifestações, esta corrente sustentava-se filosoficamente em três pilares: o individualismo, o subjectivismo e a intensidade.
O Romantismo português tem de ser enquadrado no cenário das guerras liberais . Forma-se à luz dos princípios da liberdade, igualdade e