Diversificação e mutabilidade dos centros de poder e decisão no século XX
O tratamento deste subtema pressupõe, numa primeira fase uma abordagem dinâmica e interactiva dos processos que, até ao limiar da 2.ª Grande Guerra Mundial, permitiram a alguns países europeus, como a Inglaterra, a França ou a Alemanha, e aos EUA o assumir de uma posição relevante no contexto geoeconómico mundial.
Reconhecendo-se, hoje, que os processos atrás mencionados não assumiram um carácter linear, tendo sido frequente a ocorrência de situações que os interromperam ou lhes provocaram regressões de duração variável, deve realçar-se a forma como as que repercutiram diferentemente na consolidação do enfraquecimento (mesmo que temporário) dos poderes e da capacidade decisória dos EUA e dos Estados europeus.
Assim, deve ter-se em atenção que até à 2.ª Guerra Mundial a constituição de centros de poder e de decisão foi principalmente estimulada pelo poderio comercial/económico dos respectivos intervenientes.
No pós-guerra, assistiu-se a uma complexificação das relações, quer pelo maior número de variáveis em jogo (Estados-Nação, emergência de poderes locais/regionais, papel das empresas transnacionais, etc.), quer pela natureza das interacções e interdependências espaciais, culturais e económicas que se estabeleceram.
Até à recente desagregação do bloco socialista, coexistiram duas vias de afirmação de poder e de decisão: uma, que radicou na existência de ideologias opostas, centrada sobretudo no poder militar das superpotências, conduziu à constituição de um mundo bipolar — EUA/URSS; outra, baseada no poder económico, consolidou um mundo multipolar, centrado em diversos espaços geográficos cujas interações se processam em diferentes escalas de análise.
São vários os protagonistas destas interações: a nível mundial podemos considerar, por um lado, a Europa Comunitária, os EUA e o Japão e, por outro lado, as empresas transnacionais e em certa medida os NPI — Novos