DIVERSIDADE CULTURAL
Analisando as transformações ocorridas no ensino de História do Brasil, percebemos que, ao longo do tempo, prevaleceu uma abordagem simplista em relação aos grupos étnicos que formam o povo brasileiro. Até meados de década de 1980, predominou o ensino tradicional de historia, que enfatizava os efeitos de “grandes personagens” e cobrava dos alunos a memorização de nomes e datas. Esse tipo de abordagem provocava um distanciamento e desinteresse do aluno pelos conteúdos estudados, dificultando que ele percebesse a importância de sua participação nas transformações cotidianas de sua realidade. Além disso, prevalecia um enfoque eurocêntrico, destacando a ação dos europeus conquistadores e a sua importância na formação do Brasil. Do final da década de 1980 até os dias de hoje, vivenciamos mudanças fundamentais na concepção do ensino de História. Conforme foi acompanhando as renovações historiográficas ocorridas principalmente na Europa e nos Estados Unidos, a historiografia brasileira foi se formando e passou a pesquisa novos temas com novas abordagens. Além dessas mudanças próprias do campo do campo da historia, foram sancionadas leis de ações afirmativas que buscam valorizar a constituição pluriétnica e multicultural do Brasil. Em 2003, foi aprovada a lei nº 10.639, que determina a introdução do ensino da historia da Afríca e da cultura afro-brasileira. Mais recente, por meio de lei nº 11.645, de 2008, tornou-se obrigatório o ensino da História e da cultura dos povos indígenas aos alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Levando em conta essas transformações, procuramos desenvolver no aluno a percepção e o respeito a diversidade cultural brasileira, enfatizando que a cultura e a história dos brasileiros se fundam na miscigenação étnica e na produção cultural de indígenas, africanos, asiáticos e europeus. Se os brasileiros tiverem essa clareza, o combate ao preconceito e a discriminação ocorrera de forma mais efetiva.