Divergências de Kant à Teoria Utilitarista de Benthan
A teoria de Kant parte da ideia de que somos seres racionais, que merecemos dignidade, respeito, liberdade, e que o princípio supremo da moralidade pode ser atingido por nós por meio da junção entre a nossa capacidade de raciocínio e nossa capacidade de liberdade, teoria que ele denomina “pura razão prática”.
A crítica dele ao utilitarismo foi esmagadora, seu principal argumento é o de que a moral não diz respeito ao aumento da felicidade, maximização do bem-estar ou qualquer outra finalidade. Pra ele, a moral está fundamentada no respeito às pessoas com fins em si mesmas.
Repudiando o utilitarismo, ele argumentava que basear direitos em uma lista do que traria maior felicidade pra o maior numero de pessoas, como é o pilar da teoria utilitarista, deixaria esses direitos suscetíveis e vulnerabilizados. Afirmava também que o problema ainda mais grave era o de tomar como base para os princípios morais, os desejos que tivermos em determinados momentos da vida, sendo uma maneira muito incorreta de abordar a moral, pois não é porque uma coisa proporciona prazer pra muitas pessoas naquele momento, que é a coisa mais correta e justa a se fazer, não é porque a maioria, por maior que seja, concorda com determinada lei ou ato, que essa lei será uma lei justa.
Para Kant, a abordagem utilitarista que diz que devemos definir a justiça e determinar o correto a se fazer visando o que maximizará o bem-estar ou a felicidade da sociedade como um todo, e a abordagem de que a justiça está fundamentada em dar às pessoas o que elas realmente merecem, alocando bens para recompensar e promover a equidade, segundo ele, elas não respeitam a liberdade humana.
Kant é defensor da abordagem que associa a justiça e a moralidade à liberdade. Porém, a liberdade para ele vai muito além da liberdade de consumidor, do que comprar e vender no mercado, pois para ele essa liberdade não é a verdadeira, porque envolve