Ditadura Militar
Um dos temas em que a cinematografia brasileira mais buscou se aprofundar foi justamente a ditadura militar, objetivamente ou subjetivamente, e um dos exemplos é o filme “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, que se passa no ano de 1970 e intercala de um lado um Brasil que está sob custódia dos militares, do outro um Brasil país do futebol que está torcendo por seu time em plena Copa do Mundo. Ele conta a história de uma das famílias opositoras a ditadura militar que sofreram com as perseguições, e é narrada através dos olhos de Mauro, um menino de apenas 12 anos, que sofreu consequências dos reflexos que a “revolução” vinha causando mesmo sem saber. De forma modesta o diretor insere os efeitos que a população sofreu, deixando-o de certa forma subentendido, escondido pela paixão do menino pelo futebol e pelas descobertas que ele precisou enfrentar longe dos pais. Nessa mesma época, muitos outros “Mauros” aqui viviam e puderam se identificar com sua história, inclusive o próprio diretor do filme, Cao Hamburger, que viu os pais serem presos pela ditadura. Nos vinte e um anos que a ditadura durou no Brasil o povo sofreu calado, pois era submetido a deixar suas ideologias e filosofias de lado pra sempre estar em concordância com os militares, pois era preciso fazer valer a frase “Brasil ame-o ou deixe-o”. Foram vinte anos de torturas, perseguições, mortes e exílios a todos que iam contra a doutrina pregada pelos militares. Os reflexos da ditadura militar, que se iniciou 1964 com o governo do Marechal Humberto