Ditadura Militar

O Golpe de 1964

“Desordem e regresso não aguento mais
A guerra acabou mas nós não temos paz
E sempre a gente que sofre mais
Você de esquerda, você de direita
São todos uns babacas e velhos demais
Vivendo intrigas de tempos atrás” (Renato Russo)
Em 1978, a canção chamada “Despertar dos Mortos” foi escrita e pertencia a uma banda de punk rock de Brasília que trazia em suas letras muito protesto e convicções de uma juventude posicionada politicamente. O Aborto Elétrico, liderado pelo inigualável Renato Russo, criticava de forma muito barulhenta a forma como os militares agiam e coagiam os jovens. A falta de liberdade era evidente, mas o pior já havia passado. Nesse ano, sob a presidência de Ernesto Geisel, caíam os Atos Institucionais (entre eles o mais temido AI-5), restaurava-se o habeas corpus e com isso era aberto, ainda que de forma tímida, o caminho para a democracia voltar ao Brasil. Contudo, uma nova constituição, que estabeleceria princípios democráticos de fato e apagaria os rastros da ditadura militar na forma de governar, levaria ainda dez anos para ser aprovada.
As origens do Golpe de 64 são uma série de acontecimentos que remontam aos tempos do período imperial. Desde aquele período os militares foram revoltando-se com os governos de tempos em tempos e conseguindo aparecer na cena do política nacional. Após o suicídio de Getúlio Vargas, a política ficou de certa forma instável e um golpe já era arquitetado no ano de 1954. Porém, a sucessão de Vargas ficou com Juscelino Kubitschek, que teve um governo bem aceito pela população e o respaldo suficiente para chegar ao fim do mandato superando ataques políticos.
Como é sabido, o próximo homem na presidência do país, Jânio Quadros, falhou no seu plano de fazer com que seus poderes aumentassem: após sua renúncia, ele não foi procurado para voltar ao cargo com plenos poderes para governar e desta forma quem deveria assumir seria João Goulart, conhecido como