disfunção sexual
E quando surge um problema na dinâmica sexual do casal, como será que os homens e as mulheres lidam com isso? Será que é fácil procurar ajuda para uma disfunção sexual?
Uma disfunção sexual define-se como uma “perturbação do desejo sexual e das modificações psicofisiológicas que caracterizam o ciclo de resposta sexual e provocam acentuado mal-estar e dificuldades interpessoais” (DSM-IV TR, APA, 2000). Ou seja, uma disfunção sexual pode ser qualquer alteração na resposta sexual (quer seja, na capacidade de sentir desejo sexual, de sentir excitação, de alcançar o orgasmo, etc.) do indivíduo, que provoque mal-estar e afete a sua vida e as suas relações.
Em qualquer altura da vida podemos nos ver afetados por uma disfunção sexual, sendo que as taxas de prevalência são muito variáveis (e.g. prevalência da disfunção erétil é de 10% e 25% para problemas do orgasmo feminino). Estes números são ainda significativos, o que significa que muitas pessoas têm, neste preciso momento, uma dificuldade sexual. No entanto, os estudos mostram que a percentagem de pessoas que procuram ajuda (médica e/ou psicológica) é muito reduzida (e.g. apenas 30% dos homens com disfunção erétil).
O que justifica estes dados?
Como refere Tolstoi, “a humanidade consegue suportar as piores calamidades do mundo, exceto as da cama”. De facto, na nossa cultura ocidental, a sexualidade e, especificamente, as disfunções sexuais, encontram muitas barreiras à sua abertura para o público. Poucos são os bravos que se aventuram a advogar pela discussão sobre a sexualidade.
Por um lado, este facto pode estar relacionado com a nossa educação religiosa e os valores que esta incute, relativamente à sexualidade, de castidade, pureza e de culpabilização