dinamica da transferencia - Freud
A transferência é necessariamente ocasionada durante o tratamento psicanalítico, embora não aconteça só na análise.
Combinação de disposição inata e influências sofridas durante os primeiros anos levam a um método específico próprio de conduzir a vida erótica.
Há um clichê esteriotípico constantemente repetido.
Somente parte dos impulsos que determinam o curso da vida erótica estão à disposição da personalidade consciente. Outra parte foi retida no curso do desenvolvimento, afastada do consciente e da realidade.
“Se a necessidade que alguém tem de amar não é inteiramente satisfeita pela realidade, ele está fadado a aproximar-se de cada nova pessoa que encontre com idéias libidinais antecipadas”. (p.134)
A catexia de alguém que está parcialmente insatisfeito, que se acha pronta por antecipação, dirige-se também para a figura do médico. Esta catexia recorrerá a protótipos.
“Se a “imago paterna”, para utilizar o termo adequado introduzido por Jung, foi o fator decisivo no caso, o resultado concordará com as relações reais do indivíduo com seu médico. Mas a transferência não se acha presa a este protótipo específico: pode surgir também semelhante à imago materna ou à imago fraterna” (p. 135)
Dois enigmas:
-Por que seria mais intensa nos neuróticos em análise?
-Por que ela surge como a resistência mais poderosa ao tratamento, já que é também veículo de cura e condição de sucesso?
Quando faltam as associações do paciente é provavelmente porque lhe ocorreu algo sobre o médico.
De fato, a transferência não surge de forma mais intensa na psicanálise que fora dela. Doentes mentais tratados de modo não analítico chagam ao grau de servidão mental em relação aos seus médicos.
“Essas características da transferência, portanto, não devem ser atribuídas à psicanálise, mas sim à própria neurose” (p. 136).
Por que a transferência aparece como resistência?
Parte da libido dirigida para a realidade (consciente) é diminuída, parte