Diferenciação Cardíaca
A insuficiência cardíaca é a principal síndrome cardiovascular, sendo responsável por alta taxa de morbimortalidade nos pacientes acometidos. Dentre as causas da insuficiência cardíaca, a cardiopatia isquêmica se destaca como a principal, pois tanto na forma aguda como na crônica, a redução do número de cardiomiócitos leva à irremediável perda funcional do órgão, apesar do avanço nas intervenções médicas nas últimas décadas. Como é possível observar na tabela 01, as doenças cardíacas isquêmicas são a principal causa de morte no mundo, segundo a OMS.
Tabela 01: As 10 principais causas de morte por grupo de ampla renda (2008)
Mundo
Mortes em milhões
% de mortes
Doenças cardíacas isquêmicas
7.25
12.8%
Derrame e outras doenças cerebrovasculares
6.15
10.8%
Infecções respiratórias
3.46
6.1%
Doença pulmonar obstrutiva crônica
3.28
5.8%
Doenças diarreicas
2.46
4.3%
HIV/AIDS
1.78
3.1%
Cânceres de traqueia, brônquios e pulmão
1.39
2.4%
Tuberculose
1.34
2.4%
Diabetes mellitus
1.26
2.2%
Acidentes de trânsito
1.21
2.1%
Adaptado de Organização Mundial da Saúde (OMS)
O sistema cardiovascular é o primeiro sistema a obter alguma funcionalidade durante o desenvolvimento embrionário. Durante a terceira semana de gestação, células tronco embrionárias derivadas da massa interna do blastocisto, sofrem diferenciação dando origem a células tronco do mesoderma. Após essa etapa, células oriundas do mesoderma esplâncnico sofreram nova especialização originando o miocárdio primitivo e, ao final da terceira semana, o miocárdio. No início da quarta semana, batimentos cardíacos embrionários já podem ser detectados (Keith L. Moore, 2004).
Apesar da rápida formação, o tecido cardíaco é altamente especializado e não se observa taxas consideráveis de mitose, o que levou a acreditar, até poucos anos atrás, que a perda de cardiomiócitos (principal célula do miocárdio) fosse irreparável. Porém, estudos recentes mostraram que o coração não é um