Dial Tica Do Desejo Nl
As três dialéticas do desejo
Em sua obra a “Fenomenologia do Espírito”, Hegel introduziu o pensamento dialético, que buscava abordar essencialmente o conflito, a contradição de ideias que ocorrem na realidade. E o processo dialético para o filósofo se movimenta em três etapas distintas: a Tese, que é uma ideia inicial que poderá ser contestada; a Antítese, que se contrapõe e questiona a Tese; e a Síntese, que se resume na junção dos pontos positivos das duas primeiras etapas, representando uma superação das contradições que não para de se transformar, porque os conflitos não acabam. Por conta disso Hegel afirma que negação e contradição se configuram na base da dialética.
Este processo de negação e contradição em relação ao outro é visto em Hegel como desejo. Para uma pessoa conseguir satisfazer seu desejo ela precisará do intermédio de sua consciência-de-si. Quando a pessoa deseja o outro é necessário que ela afirme a si mesmo, mas para isso ela deve sair de si mesmo e oferecer-se ao outro, e isso fará com que a pessoa se esqueça de si dentro do outro, ou seja, ela vai negar a se encontrar dentro do outro a fim de encontrar uma única verdade, levando ao seu reencontro consigo mesmo. Este processo de negar conservando é conhecido por Hegel como suprassunção.
Hegel descreve toda essa dialética do desejo no seu estudo sobre a consciência-de-si. Para ele existem três dialéticas do desejo que se estende da consciência até a autoconsciência. A primeira dialética está relacionada ao Puro Eu, ou seja, ao homem na sua forma mais simples e ingênua, em que realiza seus atos simplesmente porque a sua consciência deseja realizá-los para satisfazer seus desejos; é o desejo imediato de desejar.
A segunda dialética do desejo está relacionada a um movimento mais subjetivo, que acontece a partir da interiorização do objeto desejado e também negado, e este objeto se torna o motivo da existência do Eu. Nesta