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11081 palavras 45 páginas
EXISTE UMA MODERNIDADE BRASILEIRA? Reflexões em torno de um dilema sociológico brasileiro*
Sergio B. F. Tavolaro

O presente artigo parte de uma constatação nada original, a saber, o fato de que toda a história do pensamento social brasileiro foi e continua sendo fortemente marcada pela tarefa de explicar, compreender e interpretar a modernidade no Brasil. Nossos mais renomados sociólogos, assim como as contribuições nacionais que alcançaram lugar de maior destaque dentro e fora do Brasil, foram exatamente aqueles que se debruçaram sobre tal tema. Parece-me legítimo, pois, afirmar que um
* O presente artigo é uma versão modificada do texto apresentado no XXVIII Encontro Anual da Anpocs. Agradeço aos organizadores e participantes do Seminário Temático “Da Modernidade Global às Modernidades Múltiplas” pelos valiosos comentários e sugestões, muitos dos quais me esforcei por incorporar na presente versão. Evidentemente, isento a todos de responsabilidade quanto às limitações do artigo.

Artigo recebido em novembro/2004 Aprovado em agosto/2005

dos principais dilemas da sociologia brasileira desde seus primórdios foi e continua sendo “qual o status da modernidade no Brasil? Existiria uma modernidade brasileira?”. Evidência da atualidade e apelo de tais questionamentos em nosso contexto intelectual é a retomada da produção acadêmica em torno desse tema desde a primeira metade dos anos de 1990 por uma geração mais jovem de cientistas sociais brasileiros inspirada pela produção sociológica internacional.1 Seguindo os passos da recente produção nacional, e igualmente sob a inspiração da teoria sociológica contemporânea, pretendo refletir em torno do tema da “modernidade no Brasil” a partir de uma consideração crítica de duas das principais abordagens do pensamento social brasileiro, a saber, a sociologia da dependência (cujas figuras nodais me parecem inquestionavelmente ser Caio Prado Jr., Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso e Octávio Ianni) e nossa

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