Deusa da Morte
"Cali" vem do sânscrito Kālī, काली (que significa, literalmente, "A Negra").
A lenda conta que, numa luta entre Durga e o demônio Raktabija, este aterrorizou Durga com um diabólico feitiço: cada gota de seu sangue se transformava em um demônio. Durga e Shiva, ao tentar matar os vários demônios que surgiam de cada gota de sangue, cortavam a cabeça (e, daí, nasciam mais e mais demônios). Já em desespero, surge Kali, que cortava as cabeças e lambia o sangue (daí, a representação tradicional sua com o colar de cabeças, a adaga e a língua de fora). Assim, dizimou os demônios de Raktabija.
Mas Kali não é uma deusa ou deus do mal, pois, na verdade, o seu papel de ceifadora de vidas é absolutamente indispensável para a manutenção do mundo. Os devotos são, supostamente, recompensados com poderes paranormais e com uma morte sem sofrimentos. É, também, uma das formas da deusa Parvati, esposa de Shiva. É coberta de cobras no seu corpo em vez de roupas, e tem um colar dos crânios dos seus filhos.
A figura da deusa tem quatro braços, pele azul, os olhos ferozmente arregalados, os cabelos revoltos, a língua pendente, os lábios tintos de hena e bétele. No pescoço, traz um colar de cabeças humanas (símbolo da reencarnação),4 e, nos flancos, uma faixa de mãos decepadas. Sempre é representada em pé sobre o corpo caído do esposo Shiva.
Apesar da aparência de malvada, Kali mostra o lado escuro da mulher ou do transgênero e a verdadeira força feminina. Kali é venerada na Índia como uma mãe pelos seus devotos e devotas, que esperam, dela, uma morte sem dor ou aflição e a libertação do ciclo de reencarnações. Acredita-se que assombre locais de cremação.
Ela tem olhos sedentos de sangue, uma boca com dentes grandes e afiados, mostrando sua enorme língua. Ela tem um colar com 50