Deus é fiel
Este breve relato sobre a Eletroquímica/Eletroanalítica no Brasil precisa começar com um esclarecimento às novas gerações de eletroquímicos e eletroanalíticos sobre a conjunção dos termos utilizada no título. Anos atrás, vários de nós estivemos envolvidos em longas discussões sobre o assunto (algumas até um pouco ásperas), pois alguns defendiam a idéia que a Química Eletroanalítica (ou simplesmente Eletroanalítica) tinha sempre sido considerada como uma parte da Eletroquímica e não uma área per se. Outros, talvez mais sensatos, consideravam que essa separação era parte da tradição que estava se estabelecendo no país em relação a essas áreas. Essa tradição, por sua vez, era uma conseqüência do equilíbrio existente entre os grupos atuantes nesses dois campos. Com o passar dos anos, aqueles militantes no primeiro grupo perceberam que, em muitos casos, a tradição pode ser mais forte que a razão ou a lógica e que esse valor é da maior importância em uma comunidade que quer atingir maturidade e respeito.
Um outro aspecto que merece destaque nesta apresentação é o fato que a Eletroquímica/Eletroanalítica teve um desenvolvimento quase que em paralelo com a própria Sociedade Brasileira de Química (SBQ). Isto será melhor esclarecido ao longo do texto, uma vez que o início desse desenvolvimento deu-se na década de 70 pelo trabalho pioneiro daqueles que podemos chamar de "históricos" sem que, ao mesmo tempo, ficasse estabelecida a divisão correspondente. A Divisão de Eletroquímica e Eletroanalítica (DEQ) só viria a ser criada durante a 13ª Reunião Anual da SBQ em maio de 1990, mas sua efetiva implantação nas reuniões anuais só aconteceu em 1993. Nos Apêndices ao final deste texto é mostrado o histórico da participação da Divisão na Reunião Anual da SBQ, assim como os participantes na direção da DEQ desde sua implantação.
A DÉCADA DE 70: OS PRIMEIROS PASSOS
1966 foi o ano em que várias unidades da Universidade de São Paulo se mudaram para a Cidade