Se você faz parte daqueles que pensam que religião é um assunto muito controverso para ser discutido, ou se sente contrariado quando determinados dogmas de fé são questionados, não siga adiante com essa leitura. Esse texto tem a pretensão de ser um ensaio sobre muitas das coisas que eu penso a respeito do tema, a partir da minha experiência como cristão, cientista e ávido leitor de trabalhos e textos sobre teologia, hermenêutica bíblica, filosofia e filosofia da ciência. Primeiramente, para quem não sabe sou um cristão formado na Igreja Católica. O que não significa que concorde com todos os dogmas do catolicismo. Também já tive oportunidade de ler ou ter contato com cultos evangélicos, principalmente batistas, luteranos, e alguns neo-pentecostais. O que não significa, também, que concorde com todas as interpretações evangélicas sobre fé. Já li sobre espiritismo, mas sou fortemente contrário à abordagem científica objetiva (?) proposta por eles para explicar fenômenos sobrenaturais subjetivos. Já li sobre criacionismo e sobre evolucionismo, e ainda mais, até sobre evolucionismo criacionista. Trabalho com pesquisa científica e aplicada. Sobre ciência, aliás, sou um pesquisador que não vê problemas nessa dualidade fé X ciência. Uma das coisas que mais concordo quando vejo pregações é a máxima de que devemos procurar “menos religião, e mais Deus”. Concordo plenamente, ainda que a maior parte dos cristãos utilize isso de forma sofística para fazer crer que eles não têm preocupações com a religião em si, quando têm, e muito. Independente disso, é uma das frases que deveriam estar na mente de todo cristão. O que os homens definem como preceitos, dogmas, regras de conduta, balizadas ou não por interpretações (suficientes ou insuficientes) dos textos bíblicos, são resultados de uma hermenêutica particular de um grupo definido de pessoas e/ou teólogos. São padrões que determinados grupos assumem como condição verdadeira para viver segundo o que acham mais conveniente