Determinismo e causalidade do comportamento
Introdução
Nas aulas de Filosofia andámos a estudar as teorias sobre o problema do livre-arbítrio: as teses determinista, libertista e indeterminista. Neste trabalho vou apresentar apenas a tese determinista, mais orientada para o ramo da Psicologia e a sua aplicação no comportamento humano.
Em dezembro de 1879, na Universidade de Leipzig, Alemanha, Wilhelm Wundt fundou o primeiro laboratório de Psicologia do mundo. Esse facto é considerado por alguns como o momento de confirmação da independência da Psicologia em relação à Filosofia - seria mesmo a fundação da Psicologia moderna segundo Schultz. Parece-me, entretanto, mais apropriado (ou mais preciso) tratá-lo como um marco - mais simbólico do que propriamente histórico - do avanço da ciência sobre um "novo" campo de estudos: aquele da ação humana. Especificamente, ele reflete um processo de aplicação de técnicas que vinham sendo desenvolvidas pela Fisiologia da época a questões que, por séculos, ocuparam filósofos: a natureza da consciência e de seus processos, a percepção, a sensação, as emoções - os processos psicológicos, enfim. A fundação do primeiro laboratório de Psicologia, assim, assinala o início de uma ampla redefinição do modo de se estudar aqueles fenómenos e do próprio significado de Psicologia. Antes explorados apenas pela especulação e partindo essencialmente de vivências quotidianas e relatos subjetivos dos indíviduos, aqueles fenómenos se convertem, agora, em objetos de estudo científico abordados pelo método experimental. Passou-se a estudar o dito comportamento de organismos complexos inseridos em diferentes ambientes através de observações e experimentações : estaria fundada a Psicologia científica.
Desde fins do século XIX, deste modo, é praticamente impossível tratar-se do conhecimento sobre as ações humanas sem considerar a proposta de abordagem científica a esse objeto. Esse campo é disputado por diversos enfoques teóricos que