Destaques de idéias
Texto 01: Não basta tocar?
“A licenciatura em música é a formação profissional por excelência para o educador musical: não apenas é ela que lhe dá formal e legalmente o direito de ensinar, como é a formação ideal, aquela que nossa área tem defendido e construído, em um árduo processo”.
Para ensinar, não basta tocar?
Sem dúvida, a ideia de que, para ensinar, basta tocar é corretamente tomada como verdade dentro do modelo tradicional de ensino de música, caracterizado pela ênfase no domínio da leitura e escrita musicais, assim como da técnica instrumental, que, por sua vez, tem como meta o “virtuosismo”. Nesse contexto, costumamos “ensinar como fomos ensinados”, sem questionamentos, e desta forma reproduzimos (um modelo de música, um modelo de fazer musical, um modelo de ensino).
Se não basta tocar, uma licenciatura deve ser muito mais, formando um profissional capaz de assumir – e responder produtivamente ao:
Compromisso social, humano e cultural de atuar em diferentes contextos educativos.
Compromisso de constantemente buscar compreender as necessidades e potencialidades de seu aluno.
Compromisso de acolher diferentes músicas, distintas culturas e as múltiplas funções que a música pode ter na vida social.
A formação do professor não se esgota apenas no domínio da linguagem musical, sendo indispensável uma perspectiva pedagógica que o prepare para compreender a especificidade de cada contexto educativo e lhe dê recursos para a sua atuação docente e para a construção de alternativas metodológicas.
Texto 02 – Ensino instrumental enquanto ensino de música
Aprender a tocar um instrumento deveria fazer parte de um processo de iniciação dentro do discurso musical. Permitir que pessoas toquem qualquer instrumento sem a compreensão musical sem realmente “entender música” – é uma negação da expressividade e da cognição e, nessas condições, a música se torna sem sentido.
A aprendizagem musical