desigualdades sociais
Maria de Fátima Quintal de Freitas
Falar, hoje a meados da década de 90, sobre a psicologia comunitária ou, de uma maneira mais simplificada, sobre a prática da psicologia em comunidade é, com certeza, muito diferente que se estivéssemos fazendo o mesmo em inicios dos anos 80, especialmente considerando-se as peculiaridades que a nossa história recente tem presenciado.
Se fizéssemos, neste momento, um rápido levantamento sobre que ideia seria construída na cabeça das pessoas quando solicitássemos que pensassem sobre a prática da psicologia comunitária, ou da psicologia na comunidade ou menos da psicologia da comunidade, poderíamos arriscar dizer que quase totalidade delas estaria pensando em alguma das seguintes situações: - algumas imaginariam o psicólogo em algum lugar mais pobre e sem infra-estrutura; - outras veriam o psicólogo indo de encontro a população, população essa que geralmente desconhece esse trabalho assim como as suas possibilidades de ajuda; - outras, ainda , pensariam em lugares como favelas, cortiços, bairros de periferia , lixões , assentamentos, mutirões, associações de bairros, grupos de mulheres, de jovens, de certeira idade, menores de rua, ou grupo marginalizados, em geral; e - algumas poderiam, também, pensar em situações institucionalizadas, cuja população frequentadora estaria muito próxima à condição de marginalizada dos serviços, direitos e obrigações da sociedade e do Estado.
Acreditando que a todo e qualquer processo de trabalho e de produção de conhecimento existem determinações históricas e politicas que os influenciam, pode-se afirmar que falar da psicologia comunitária e falar, também, da história política recente do Brasil e da América Latina.
Poderíamos, então, indagar se todos estes exemplos caracterizariam práticas da psicologia em comunidade. Para