Desigualdade social

Inclusão digital: um olhar sobre as ações dos Centros Digitais de Cidadania de Salvador
AUTOR(ES)
Tânia Maria Ribeiro Ladeia
RESUMO
Os cenários da sociedade contemporânea caracterizam-se pela forte presença das Tecnologias da informação e comunicação, que se organizam em torno da informação e do conhecimento. Essa caracterização tem gerado mudanças políticas, econômicas, culturais nos processos sociais em todo o mundo, possibilitando novas formas de produção, comunicação, entretenimentos, relações sociais, etc, agregando valores para as pessoas que têm acesso. Por outro lado, aliada a globalização da economia capitalista, as tecnologias da informação e comunicação têm gerado mudanças nas relações de trabalho e aumento da desigualdade social entre os que têm acesso e os que delas estão afastados. Em função disso, difundem-se, então, políticas públicas de inclusão digital voltadas para pessoas de baixa renda que não têm acesso a essas tecnologias. No Brasil, como a maioria da população não tem este alcance, foram implantados Centros públicos de acesso às tecnologias (Telecentros, Infocentros, etc). Em 2003, o governo da Bahia, reconhecendo esse fato e visando melhorar o quadro de exclusão digital do Estado, dá inicio a uma dessas implantações − o Programa de Inclusão Sociodigital do Estado da Bahia. O presente estudo analisa o desenvolvimento e o impacto desse programa por meio de uma pesquisa realizada no Centro Digital de Cidadania do Nordeste de Amaralina em Salvador, a fim de perceber em que medida suas ações contribuem em termos de transformações sociais dos usuários e da comunidade. Por meio de análise documental e de entrevistas semiestruturadas com gestores, monitores e usuários que vivenciam essas ações, foi possível constatar que os Centros Digitais de Cidadania não garantem uma inclusão digital ampla, abrangente, considerando as deficiências estruturais e metodológicas do programa e de outras políticas públicas das quais necessita a maioria dos