Design nos Dias de Hoje
Nestes últimos anos o Brasil, como o restante da América Latina, passou por mudanças políticas importantes que balançaram algumas estruturas arcaicas, propondo outras direções para seu futuro.
Algumas expectativas em relação às mudanças foram frustradas, pois a conjuntura sócio-política não depende apenas de quem foi eleito, mas de uma série de outras forças dominantes. As transformações demoram a se consolidar; passamos por tentativas, erros e acertos.
O principal sintoma dessa transformação, e que se manifesta em diversas áreas produtivas, é a mudança de foco referencial. Antes a região era, grosso modo, vista como periferia subdesenvolvida, e assumia esta identidade num claro complexo de inferioridade, imitando fórmulas dos centros ditos desenvolvido. Hoje em dia se redescobre como fonte de alternativas de desenvolvimento, já que o modelo que foi seguido até agora se mostra globalmente decepcionante. E este olhar parece ser compartilhado mundialmente: o Novo Mundo ainda tem terras férteis, no sentido concreto e figurativo, e ainda pode oferecer alternativas de desenvolvimento sustentável, num sentido bastante amplo.
Nossas raízes culturais, em toda a sua incoerência e complexidade, estão sendo mais valorizadas. O atual Ministério da Cultura do Brasil, por exemplo, incluíram oficialmente em sua política de atuação, minorias que antes eram excluídas da categoria de produtores culturais, como os indígenas e os quilombolas.
No campo social existem iniciativas importantes dedicadas à educação, saúde, saneamento, comandada pela sociedade civil, não só no Brasil, bem como em toda a América Latina. Estamos acordando tardiamente para o absurdo de ter pessoas morrendo de fome, enquanto o mundo produz mais do que come.
No âmbito econômico, a indústria rapidamente se moderniza e são feitos muitos investimentos em desenvolvimento de know-how tecnológico.
E é neste panorama que o design floresce, algumas vezes como equivocada manifestação