Desenvolvimento Da copa do mundo
Quanto o Brasil vai gastar para receber o evento?
Calcula-se que o Mundial de Futebol do Brasil consumirá 5 bilhões de dólares, embora as estimativas finais, quando anunciadas, devam prever cifras bem maiores. Foi o que aconteceu nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Inicialmente orçados em 500 milhões de reais, estima-se que tenham consumido 4 bilhões de reais. Poucos países podem fazer como os Estados Unidos, que organizaram uma Copa do Mundo (em 1994) e duas Olimpíadas (em 1984 e 1996) sem um centavo de ajuda do erário. Isso porque toda a infraestrutura estava pronta. Na Alemanha, o setor público (local ou federal) financiou um terço dos 2 bilhões de dólares gastos nas obras nos estádios. De onde sairá o dinheiro para pagar as despesas?
No caso da Copa no Brasil, parte da verba virá dos cofres da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), beneficiária dos polpudos patrocínios da seleção brasileira. Mas os gastos com infraestrutura nas cidades onde acontecerão os jogos – construção de estádios, obras em estradas, aeroportos e sistemas de telecomunicações – correrão por conta do estado, ou seja, serão bancados com dinheiro público. Quais as justificativas para o governo investir na Copa?
Os argumentos a favor dos gastos públicos com a Copa do Mundo no Brasil dizem que o certame trará empregos, aumentará o fluxo turístico, promoverá a revitalização de áreas urbanas e garantirá investimentos de peso no país. Qual é o retorno para o Brasil depois do torneio?
As estimativas sobre número de turistas, geração de empregos e impacto do evento sobre o PIB em geral são exageradas. Levantamentos dão conta de que em 1994 os EUA aumentaram em 1,4% o PIB; em 1998, na França, o PIB cresceu 1,3% a mais; em 2002, a Coréia o elevou em 3,1% enquanto o Japão teve decréscimo de 0,3%; e a Alemanha teve 1,7% a mais no PIB em 2006. Mas antes do Mundial da Alemanha, falou-se na criação de 100.000 empregos. Um estudo feito depois do evento