Desenho Técnico
As novas formas de organização do trabalho associadas ao processo de reestruturação produtiva configuram-se como resposta à crise de realização capitalista ocorrida no modelo anterior, caracterizado pela generalização dos princípios tayloristas-fordistas.
Diante do novo modelo econômico surgido nos anos 80 nos países avançados, destacam-se, consoante Pires (1998:45-46) "a grande importância do setor eletrônico; a intensa aplicação da tecnologia digital de base microeletrônica na estrutura industrial; e os progressos nos setores da química fina, dos novos materiais, da biotecnologia e da engenharia genética, beneficiados com os progressos da informática". E mais: contrapondo-se à rigidez anterior, as mudanças suportam-se "no complexo eletrônico, e a automação integrada flexível é uma de suas características mais importantes".
No entanto, as mudanças no processo de trabalho, sobretudo em formações capitalistas periféricas, caracterizaram-se pela justaposição de formas tradicionais e inovadoras, ou seja, através do que se poderia chamar de "modernização conservadora" com fortes resquícios da segunda revolução industrial e tecnológica. Daí a manutenção e/ou revitalização dos princípios tayloristas-fordistas, pela desqualificação e controle autoritário da força de trabalho (Braverman, 1977).
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O mundo do trabalho vem passando por profundas transformações. Temáticas como globalização, flexibilização, competitividade e novas formas de organização do trabalho têm sido destacadas nas análises daqueles que atuam nas organizações ou as estudam. Nesta fase da dita terceira Revolução Industrial, as pessoas que atuam nas organizações passam a ser fonte de interesse: conforme assinalam alguns autores, são os colaboradores que possibilitam a vantagem competitiva nas organizações e faz-se necessária a implementação de ações que propiciem a qualidade de vida no trabalho (QVT). Por outro lado, há articulistas, como Peter Drucker, que sinalizam que a valorização das