descartes

1689 palavras 7 páginas
Descartes para escrever as meditações começa a perceber que todos seus princípios são baseados em falsas opiniões; em opiniões que foram geradas e impostas a partir de consciências facilmente dubitáveis. Para isso ele se esforça para se desfazer destas opiniões para que, através de um rigoroso método analítico, possa realmente estabelecer algo de constante nas ciências.
Esse método rigoroso de analisar a realidade é chamado de ordem das razões. A ordem das razões nada mais é do que a seqüência racional que o pensamento tem como qualidade para poder concretizar algo que antes era uma opinião imposta.
Na primeira meditação podemos ler que Descartes inicia sua argumentação mostrando a possibilidade da duvida mediante qualquer situação, desde a mais duvidosa até a que nos parece mais certa e indubitável, como aquelas que nos são apresentadas pelos sentidos. Ele escreve que é demasiadamente correto afirmar que ele está sentado junto ao fogo, vestido com um chambre; e que seria loucura dizer o contrário, pois é de tamanha certeza que estou aqui que, duvidar disso seria o ato de um louco.
Entretanto, como ele continua sua argumentação, Descartes nos lembra que, quando dormimos e sonhamos, por vezes acreditamos que nossos sonhos são a realidade. Essa crença na realidade do sonho nos é imposta pela fé que temos em nossos sentidos, pois quando sonhamos, assim como quando estamos acordados podemos usar da visão, da audição, etc. e esse uso dos sentidos nos da à impressão que aquilo, sonho ou não, é real.
Com isso podemos entender que independente de qualquer sentimento que temos durante um sonho, o sonho nunca será, nem de longe, a realidade. E assim, a partir do momento que os sentidos se tornam uma ferramenta falha na percepção da realidade, e eles perdem sua credibilidade. E aquilo que seria loucura se duvidar, torna-se razoavelmente duvidoso; e algo que seja minimamente duvidoso deve ser considerado falso, pois se algo falha uma vez, nada me garante que não falhará

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