descartes
Esse método rigoroso de analisar a realidade é chamado de ordem das razões. A ordem das razões nada mais é do que a seqüência racional que o pensamento tem como qualidade para poder concretizar algo que antes era uma opinião imposta.
Na primeira meditação podemos ler que Descartes inicia sua argumentação mostrando a possibilidade da duvida mediante qualquer situação, desde a mais duvidosa até a que nos parece mais certa e indubitável, como aquelas que nos são apresentadas pelos sentidos. Ele escreve que é demasiadamente correto afirmar que ele está sentado junto ao fogo, vestido com um chambre; e que seria loucura dizer o contrário, pois é de tamanha certeza que estou aqui que, duvidar disso seria o ato de um louco.
Entretanto, como ele continua sua argumentação, Descartes nos lembra que, quando dormimos e sonhamos, por vezes acreditamos que nossos sonhos são a realidade. Essa crença na realidade do sonho nos é imposta pela fé que temos em nossos sentidos, pois quando sonhamos, assim como quando estamos acordados podemos usar da visão, da audição, etc. e esse uso dos sentidos nos da à impressão que aquilo, sonho ou não, é real.
Com isso podemos entender que independente de qualquer sentimento que temos durante um sonho, o sonho nunca será, nem de longe, a realidade. E assim, a partir do momento que os sentidos se tornam uma ferramenta falha na percepção da realidade, e eles perdem sua credibilidade. E aquilo que seria loucura se duvidar, torna-se razoavelmente duvidoso; e algo que seja minimamente duvidoso deve ser considerado falso, pois se algo falha uma vez, nada me garante que não falhará