Descarte de pilhas
Aparentemente inofensivas, as pilhas contêm elementos químicos de alto risco para o meio ambiente e ao ser humano, principalmente ao serem destinadas a locais inadequados. Muitos indivíduos, por falta de consciência, conhecimento ou alternativa, jogam as pilhas junto ao lixo comum. Este lixo é encaminhado aos aterros sanitários, usinas de compostagem ou incineradoras. “Com o passar do tempo, ocorrerá inevitavelmente a contaminação de plantas, solos e lençóis freáticos devido à corrosão da blindagem da pilha disposta em aterros sanitários e lixões”, afirma o engenheiro químico da Universidade Estadual de Campinas, Hizidoro Guilherme de Lara.
Ao contaminar o ambiente, os metais entram para a cadeia alimentar humana através da ingestão da água ou dos produtos comestíveis irrigados com a água contaminada. Na compostagem (trituração conjunta com o lixo urbano) também são liberado os metais, assim como na incineração (queima), pois os metais se espalham na atmosfera, poluindo e causando doenças respiratórias nos indivíduos.
Dentre os elementos químicos que compõe as pilhas e baterias estão o cádmio, chumbo, cobalto, índio, lítio, manganês, mercúrio, níquel, prata e zinco. Estas substâncias podem causar doenças diversas como cáncer, anemia, disfunções digestivas, cerebrais, neurológicas, renais, hepáticas, dentre muitas outras que podem levar a morte. “O efeito muitas vezes é lento. Você só percebe o sintoma ao longo de anos, pois é um efeito cumulativo. Não consegue eliminar e prejudica vários órgãos do nosso organismo, podendo levar a morte”, diz o engenheiro químico Bruno Araújo, 34.
O destino mais adequado as pilhas seria uma coleta seletiva. Contudo, os lixos de coleta não são encontrados facilmente e nem todos agem como a corretora Aline Freitas*: “eu sempre procuro um lugar distante onde tem um lixo pra isso. Junto uns três sacos plásticos e depois jogo lá. Deveria ter mais na cidade porque é radioativo”.
Vitima da doença Leucopenia