Desafio
Nem todos os custos se reflectem directamente nas nossas bolsas. Este mês debruçamo-nos sobre os custos escondidos que tantas vezes são esquecidos pelos agricultores.
Frederico Avillez
Quase todos os compêndios de gestão agrícola apresentam logo de início o conceito de Factores de Produção.
Uma vez que a remuneração de cada factor é feita de forma diferente, e exatamente para facilitar a identificação dessas remunerações, é habitual classificar os factores de produção em três grupos distintos: Trabalho, Capital e Empresário. Uma das remunerações mais evidentes do factor trabalho são os salários pagos aos trabalhadores,
Quando na exploração agrícola se utilizam trabalhadores não remunerados, normalmente com laços familiares, devemos ter em atenção que esse membro do agregado poderia em alternativa trabalhar noutra empresa, auferindo um rendimento real. Neste tipo de situação os economistas dizem que estamos perante um custo de oportunidade, ou seja, ao utilizar aquele recurso a família está a prescindir de uma remuneração. Essa remuneração perdida deve ser um considerado como um custo da exploração - um custo escondido de remuneração daquele tipo de trabalhadores.
Outra forma, para além da renda, para calcular o custo de oportunidade da terra, é simular uma aplicação financeira onde se aplicaria o resultado da hipotética venda da terra. O rendimento obtido anualmente nessa aplicação financeira é também um custo de oportunidade, que pode ser atribuído pela utilização da terra própria.
Uma vez que a rentabilidade das aplicações financeiras está estreitamente relacionada com o risco a esta associada, devemos escolher aplicações financeiras com um risco similar ao da utilização da terra. Uma vez que a terra é um dos bens com valor menos variável, as aplicações financeiras a utilizar deverão ser igualmente seguras, como é o caso das obrigações do estado.
As remunerações do capital e do trabalho são reconhecidos como custos da exploração, mas a