Desafio repórter
Uma vez por ano o site americano CareerCast apresenta as 200 melhores profissões para se exercer. A pesquisa mostra da melhor para a pior. São levados em conta cinco critérios: ambiente de trabalho, salário, nível de estresse, exigência física e condições de contratação. Estes são os aspectos principais levados em conta na hora de classificar e ranquear as profissões. Em 2014, o levantamento aponta boas perspectivas para algumas carreira, mas somente nas áreas de exatas e ramificações de saúde. No ano passado, depois de alguns anos entre as dez piores, a profissão de repórter ficou em último lugar, atrás de lenhador, militar e trabalhador de fazenda de gado. Mesmo sem muitos critérios científicos é um sinal de que a indústria do jornalismo vem sofrendo com o passar do tempo.
No Brasil, os grandes veículos de comunicação negam que haja crise, mas ao menos no que se refere ao trabalho do jornalista, não temos dúvida. A idealização da profissão seria outro problema peculiar da profissão de jornalista. É praticamente um choque de realidade. De acordo com algumas pessoas o jornalista tem um status diferenciado comparado à outras profissões. O jornalismo exerce um certo glamour, que no imaginário da população, ainda tem algo de herói. Então, no primeiro choque, o profissional tem um certo desânimo que depois, quando ele começa a trabalhar, vira frustração. Isso é um grande problema.
A decepção é resultado de um conflito entre o que se idealizava e o mundo real do trabalho. Não é à toa que alguns, depois de se formar passam para outra profissão. Tenho relatos de jornalistas que viraram vendedor de docinhos, comerciante de produtos para crianças, tudo, menos o que se propuseram em todo o período acadêmico. O processo de revitalização da profissão passa por uma valorização do profissional e cabe a cada um demonstrar o seu papel nessa engrenagem da comunicação