Dermatite atopica
Atopic dermatitis in childhood
Ana Paula B. Moschione Castro
Mestre e doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Médica assistente da Unidade de Alergia e
Imunologia Instituto da Criança - Hospital das Clínicas da FMUSP.
RBM Set 12 V 69 Especial Pediatria 2
Unitermos: dermatite atópica, infância, atualização.
Unterms: atopic dermatitis, childhood, an update.
Numeração de páginas na revista impressa: 2 à 8
Resumo
O trabalho procede a uma revisão dos aspectos mais atuais referentes à dermatite atópica na infância, abordando sua fisiopatologia, compreendendo fatores ambientais e infecciosos, o quadro clínico, diagnóstico e tratamento. Neste particular destaca a terapia tópica – hidratação, aplicação de emolientes, corticosteroides tópicos e inibidores da calcineurina – e sistêmica – anti-histamínicos, imunossupressores e fototerapia. Finalizando, a autora apresenta diretrizes para abordagem de pacientes com dermatite atópica.
Introdução
A dermatite atópica (DA) representa um grande desafio em Pediatria. Seu caráter crônico e recidivante e o intenso prurido fazem com que seja uma doença de grande comprometimento da qualidade de vida do paciente e da família. O desempenho escolar, a qualidade do sono, o constrangimento pelo aspecto da pele, a dificuldade em executar tarefas ou participar de atividades esportivas e lazer evoluem, em muitos casos, com uma grande instabilidade emocional (1).
Trata-se de uma doença da infância, característica da faixa etária pediátrica, com início bastante precoce. Cerca de 45% dos casos novos ocorrem nos primeiros seis meses de vida,
60% no primeiro ano e 85% antes dos cinco anos de idade. A prevalência de dermatite atópica é variável nas diversas regiões do mundo. Nos Estados Unidos e Europa, entre 15% e
20% das crianças são acometidas. Na América Latina os resultados de avaliação de prevalência do Estudo ISAAC (International Study of Asthma and Allergies