depressão
Quando nos propomos a discutir os sintomas psíquicos que assolam uma sociedade, primeiro temos que marcar as relações que os sujeitos têm com a sua cultura e o momento atual em que vivem. Hoje a depressão tornou-se um termo genérico e corriqueiro que encontrou o seu lugar no discurso social. Porém cabe questionarmos – O que é um sujeito depressivo? – Dois pontos são fundamentais para responder essa questão:
Do ponto de vista cultural, vivemos em um momento onde o discurso capitalista demanda dos sujeitos uma postura bem determinada, que visa a produção e o consumo. Há na atualidade um ideal de que todas as faltas podem ser supridas e que o sujeito pode gozar de plena felicidade. No momento em que não se corresponde a isso, o sujeito adoece. Dentro deste processo de adoecimento há uma classificação baseada nos sintomas, o qual, a depressão é uma delas. Junto a este diagnostico uma gama de antidepressivos prometem restabelecer os comportamentos desejados. Neste jogo, o sujeito se sente incluído novamente na cultura e com uma promessa de cura. O problema é que essa inclusão exclui o que o sujeito tem de mais valioso – o seu desejo.
O segundo ponto a ser discutido é justamente o sujeito em relação ao seu próprio desejo. O que marca a depressão é que o sujeito inconscientemente renuncia ao seu próprio desejo. Como forma de resposta a demanda cultural ele aniquila o desejo e como consequência aniquila a si mesmo. É a partir daí que se explica toda a sintomatologia da depressão, fadiga, perda de energia, ideias suicidas, interesse diminuído, insônia e etc. Podemos colocar que Frente a falta de sentido de nossas vidas, são as ilusões e expectativas que criamos frente aos outros, as coisas e a nós mesmo que determinará os laços necessários de nossa existência. Essa rede de significação é criada a partir de nossa história, de relações fundamentais que marcam o nosso desejo e nos constituem.
Longe de querer criticar os antidepressivos, o presente texto